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Carlos André Sousa

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"O menino; dos olhos castanhos, dos cabelos pretos, do sorriso sincero, da risada esquisita, dos sonhos impossíveis, da esperança interminável, da insegurança constante, dos amigos perfeitos, do coração enorme! Aquele que se apaixona fácil, se esquece dos erros, não se envergonha de nada e que nunca desiste. O menino que precisa ser protegido, que não chora por tudo, mas que morre de medo de quase tudo, que ama a vida, que se arrepende das falhas, que aproveita cada segundo como se fosse o último, que fica feliz com um abraço, que sonha demais, que pensa demais, que complica demais e que deseja apenas ser feliz!"

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Geografia






Do meu lugar não há registos
nem mapas
nem retratos.
Para falar dele terei de mencionar
um raio de sol manso
a nascer na transversal
das tábuas do soalho.
O meu lugar é a pura geografia.
Sem o sítio.
Mais o sítio.
continente doce onde se inscreve
o pão de cada dia
e a mecânica dos ossos a ranger.
No meu lugara primavera nasce
suave e rumorosa
suspensa sobre pétalas de luz.
Cada pequeno animal
vai da pedra que o protege
e corre pelo seu mundo que é também o meu mundo
e leva os meus olhos
e regressa com perguntas.
O meu lugar existe
porque existe uma andorinha a dançarem seu redor
e tudo se torna verde e depois maduro
e há um sumo de laranja
que escorre dos lábios por volta do meio-dia.
No meu lugar há círculos abertos
e todas as poções intentam misturar-se
para que a voz do coração se torne
num ofício de ventos e de cravos.
O meu lugar
é tão belo.
É tão belo
e tão breve
o meu lugar.

José Fanha

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